quinta-feira, 6 de junho de 2013

Luiz Felipe Pondé: "Deus é uma hipótese elegante"

Em recente entrevista dada ao Portal Imprensa, do UOL, Luis Felipe Pondé mostra que é mais do que um simples liberal conservative ("direitista liberal"). Quando perguntado sobre o Ateísmo, e se este é o que melhor define sua opinião sobre Deus, o filósofo responde:

"O primeiro momento que me lembro como ateu, tinha oito anos. Lembro do dia, inclusive. Tenho o sentimento de que, aos oito ou dez anos, eu já era mais ou menos quem sou hoje. Escrevi isso no livro que eu publiquei com o João Pereira Coutinho e o Denis Rosenfield, “Porque virei à direita” [Ed. Três Estrelas, 2012]. Mas, hoje, acho o ateísmo banal, é a hipótese mais fácil. Ao mesmo tempo, acho Deus uma hipótese elegante. A ideia de que exista um ser inteligente, bondoso, que gerou o mundo, é filosoficamente interessante. Mas, não sinto necessidade no meu dia a dia. Nasci sem órgão metafísico."

Ao meu ver, esta declaração ilustra de forma clara o estado do Ateísmo no Brasil. O "Deus elegante" apresentado por Pondé ilustra, também, a categoria de Deísmo que temos no país. Ao mesmo tempo em que correntes com um grau acentuado de militância corre pelos veículos de informação como a Internet, a característica "confortadora" e "que dá um jeitinho nos problemas cotidianos" de Deus que está presente desde meados do século XX faz com que a religião no país se torne menos rígida do que o próprio Ateísmo. Esta inversão de valores é, na minha visão, passada batida por olhares menos atenciosos exatamente por ser um fenômeno recente e incomum na história de nossa sociedade. Só o tempo dirá se um dia teremos templos e dizimistas ateístas.